Tudo neste país acaba se fundindo e até se confundindo. Nesta semana dois acontecimentos similares, um de âmbito nacional e outro municipal acabaram sendo o foco da intervenção mensal do super-herói bauruense, o intrépido Guardião. Ele mesmo nos conta algo de como se fundiram, mesmo com uma enorme distância entre ambos - essa somente de metragem, pois no campo das ideias, algo oriundo do mesmo balaio.
"Bolsonaro, o macabro presidente que quase destruiu o país, instituindo uma ditadira que o perpetuaria no poder, através de um golpe, não ocorrido e neste momento, podendo o levar para o encerramento de sua vida política e pública. Dias atrás, evento acontecido na praia de Copacabana, esperava ter mais de um milhão de pessoas e nem 18 mil ali comparecerem. Na sequência, ele finalmente é indiciado pelos seus muitos crimes. Por mais que ser esforce, não existe como negar ou tentar fingir não ter sido ele o algoz maior desta nação. Mais que um santo do pau oco, na verdade, um nada santo e muito mais oco do que imagina. Impossível anistiar gente dessa laia", começa sua fala Guardião.
Depois junta isso com algo ocorrido em Bauru. "Como o fenômeno bolsonarismo é mesmo uma praga e além de ainda estar dissiminado país afora, possui fortes tentáculos espalhados por todos os lugares. Um destes é a forma como a alcaide local, Suéllen Rosin conduz, com mão de ferro as questões locais. Conseguiu uma maioria dentro da Câmara de Vereadores, com sua votação girando em torno de 17 x 4 e na sessão desta semana, por intermédio do presidente da casa, Marcos Souza, presidindo a Mesa Diretora, não só tergiversa, como aprova algo totalmente contrário ao que reza as regras prescritas pelo seu Regimento interno. Com um malabarismo que arrepiar qualquer ato circense, Marcos coloca em votação e aprova a toque de caixa, sem que ninguém saiba de projeto de como o dinheiro vai ser utilizado, um empréstimo de R$ 40 milhões para que o DAE - Departamento de Água e Esgoto resolva a questão da falta d'água na cidade. Evidente que não irão resolver nada, pois querem só furar mais poços em locais até então proibidos nos aquíferos existentes debaixo de Bauru. A Câmara diz amém e referenda tudo o que vêm da alcaide e depois, passa até por cima de legislação proibitiva de atos dessa natureza. Ou seja, mais irregular impossível. Para tudo se transformar num caso de polícia falta muito pouco", continua sua explanação.
E para concluir junta os dois casos: "Como se sabe, o bolsonarismo é uma praga e está impregando a vida pública nacional. Em Bauru, só mais um exemplo do desregramento em curso. Estes mesmos aprovaram até título de Cidadão para o quase detento e sem que este fizesse nada por Bauru. Agora, votam cegamente seguindo imposição da alcaide, atropelam a lei e como o mito, estarão sujeitos à penas que, certamente, mais dia menos dia, recairá sobre a decisão tomada. Marcos Souza, se diz contra Bolsonaro, tendo até votado contra o título deste em Bauru, mas como segue a alcaide sem pestanejar, está juntinho com todos os que estão deixando bem claro a que vieram. Eu, como Guardião bauruense, repito aqui algo dito pelo mafuento HPA, que não se cansa de repetir: o caso de Bauru, como o de Bolsonaro, vai acabar terminando dentro de um plantão policial. Ele diz e repito aqui, tudo questão de tempo", e assim encerra o que tinha a nos demonstrar dos últimos tristes acontecimentos.
Obs.: Guardião é fruto da verve criativa do artista do traço Leandro Gonçalez, com pitacos escrevinhativos do mafuento HPANÃO SE ILUDAM
Chego cansado da rua. Fui na festa dos 49 anos da escola de samba Cartola, lá no PVA - Parque Vista Alegre. O corpo estava cansado, mas algo me fervilhava a cabeça. Precisava despejar para o papel. O faço em forma de DESABAFO PESSOAL. Acompanho com muita atenção o desenrolar do processo contra seu Jair, o insano Bolsonaro e também a campanha do "Sem Anistia". Evidente que, gostaria muito de vê-lo pagando pelos seus crimes e que, não exista nenhuma possibilidade de anistia para estes criminosos deixando a democracia sob o fio da navalha. Este meu desejo pessoal. Vamos aos fatos, minha interpretação pessoal do que está em curso.
Não vejo povo e nem a esquerda, onde me encontro, segurando a campanha do Sem Anistia. Quem segura tudo neste momento é o STF - Supremo Tribunal Federal. Quem impediu que o golpe ocorresse depois dos atos daquele fatídico dia, o 8 de janeiro não foi o povo. Para mim, quem impediu o golpe foi a elite brasileira e parte da mídia. Abomino boa parte de tudo o que ela fez - e ainda faz - no processo todo, mas naquele momento, depois do quebra-quebra, pela TV, vi e ouvi esses dizendo em alto e bom som que, "terroristas" promoveram tudo. Aquilo foi decisivo. Se tivesse agido ao contrário, como sabemos, tinha muita gente preparada, com armas e tudo e espalhados país afora, a agitação poderia ter sido outra e o desfecho a consumação do que havai se iniciado. Ajudaram decisivamente a desmontar tudo.
Ali, para mim, ocorre um breque, o estancamento do que estava em curso e seria o caos para o país. A mídia decidiu isso e o fez seguindo o que lhe ditava seus interesses, que o golpe seria altamente prejudicial para tudo, inclusive para seus negócios e própria sobrevivência. Nada acontece por acaso. Como historiador, analiso tudo depois de um certo tempo, com a cabeça mais fria. Hoje sei muito bem que o breque foi dado por estes e não pela esquerda, que nem para as ruas foi. E se foi, o fez de forma inconsistente. Eu não me engano, estes que brecaram o golpe estão direcionando tudo. Continuam a fazê-lo. Quer um exemplo? Dou, pelo que vejo hoje em matérias na TV, Gilberto Kassab comanda parte significativa do Congresso e pode decidir, se assim o quiser, até pela anistia para os tais "terroristas" de 8 de janeiro. Pois bem, ele tinha um processo contra ele, algo grave e que lhe causaria problemas de grande monta. Tudo até então estava engavetado no STF. Este, ciente do poder de Kassab, reabre o processo e com este seguindo para as mãos do ministro Alexandre de Moraes decidir seu destino, a cereja do bolo.
Não me iludo, tudo acontece também - e quase sempre - na base de acordos. No campo político sempre foi assim. Para mim, Kassab foi chamado e a situação apresentada. Ou ele se aquieta e controla os seus, não gerando anistia nenhuma ou quem irá pagar será ele. Eu não tenho dúvidas e pelo que vejo, sentindo o clima dos bastidores, foi trançado, traçado, tramado e está em consolidação o enterro de quem ainda clama pela anistia para Bolsonaro e os seus. Assim não fosse, tudo já estava meio que fora do controle e sem respaldo das ruas, o país seria obrigado a engolir a anistia. Portanto, para mim, mais um acordo foi selado. O STF consegue, mais uma vez barrar o avanço da perversidade. Ou seja, essa minha tese. Não me iludo, sei dos benefícios que ela traz para o lado onde me encontro e apoio: o golpe não ocorreu por causa da ação da mída, depois do STF, no que vemos em curso. Ele não age sózinho. Os interesses da elite estão também por detrás disso. A esquerda pouco faz ou age. E assim, creio não teremos anistia e Bolsonaro continuará encralacrado.
Reflito sobre isso tudo e só depois, consigo ir deitar.
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