segunda-feira, 17 de março de 2025

FRASES DE LIVRO LIDO (214)


O LIVRO DO SIMAS E ALGO DE COMO SEUS ESCRITOS ME IMPULSIONAM
Luiz Antonio Simas é um dos escritores e historiadores, que neste momento, mais me impulsina. Seus escritops caem como uma luva para meu modo de ser, pensar e agir. O descobri tempos atrás quando numa entrevista para a Revista de História, se disse o "historiador das insignificâncias". Incorporei desde então o termo e neste sábado, 15/03 (dia do aniversário do meu filho), o reencontro la num dos lugares onde bato cartão quando no Rio de Janeiro, a Livraria Folha Seca, do amigo Rodrigo Ferrari, o Digão. A livraria é um reduto, espécie de oásis no Rio, lugar de papos descontrolados e todos elucidativos. Digão é o cara, sua mãe Maria Ferrari outra nota mil, Cássio Loredano que ali conheci outro e Simas, ou seja, tudo ali transpira conspiração, execução e realizações varonis.

Fui sem saber quer naquela tarde estaria acontecendo o lançamento de mais um livro sobre Carnaval e Futebol do Rio, porventura do mundo. Simas falou e aproveito para trazer mais um livro de sua autoria, desta feita, o divinal "Crônicas Exusíacas & Estilhaços Pelintras" (Edit. Civilização Brasileira RJ, 3ª edição, 2023, 208 páginas). Comecei ler Simas com o "Pedrinhas", histórias curtas sobre tudo, ou seja, uma miscelânea de tudo junto e misturado e não consigo mais parar. Seu linguajar é o das ruas e se é exatamente isso que me comove, vou ao encontro do que escreve, até para buscar inspiração para a produção dos meus escritos. Simas possui um estilo, uma pegada forte e só sua. Escreve como fala e sente vibrando dentro de si a "alma encantadora das ruas".

A conversa lá na Folha Seca foi curta. Disse da vontade de vê-lo aqui no SESC Bauru, enfim o único onde sei poderia trazê-lo e ele me diz já ter estado em Bauru e, é claro, pelo SESC. Infelizmente, não deveria estar em Bauru neste dia. Digo da admiração e de já sermos amigos internéticos. Digão se aproxima e fala mais de mim, além de tirar a foto dele comigo e depois peço ao Simas para tirar a minha junto do Digão. Um luxo só. A conversa foi curta, pois o assédio para com ele é sempre grande. Tentem acompanhá-lo em seus vídeos publicados e saberão do que escrevo com melhor compreensão.

Saio de lá e enquanto estive no Rio, nada de conseguir ler o tal livro, pois tudo à minha volta era chamarisco para ruar. Do Simas, como última coisinha, lembro de sua fala sobre isso de vir e estar no Rio e não ir na praia. Ele usou como exemplo o mestre Cartola e perguntou para quem ali estava: "Alguém aqui imagina Cartola na praia? Pois bem, é isso, faço parte dos que, a praia está logo ali, mas minha praia é outra". Assimilei e depois dos três dias passados no Rio, não dei as caras e nem me molhei no mar. Me esbaldei é com as ruas, sua gente e histórias. Teria muitas histórias para relatar destes encontros. Tento ir pipocando algumas, ao estilo do Simas, em algo que li neste livro, devorado na viagem de volta. Para aguçar a curiosidade geral, só uma frase - grifei muitas:

- "O Rio de Janeiro é, dentre inúmeras outras coisas, um hospício a céu aberto. (...) A experiências carnavalesca é um descanso na razão. É necessário brincar, senhores, urgente esquecer. Brincar o carnaval, para um Quixote ao sul do equador, não é uma opção.(...) Quando me pego pensando na encrenca que é o Brasil, percebo a brasilidade como uma praça de elaboração de sentidos que é tensionada (e tensiona), é afetada (e afeta), escapa, ginga, joga, faz mandinga e desconforta o Brasil oficial. Por Brasil oficial, me refiro aqui a um projeto institucional fundamentado na exclusão, na esposliação, na aniquilação de corpos, saberes e percepções de mundo desconfortáveis e desafiadoras ao projeto normativo, branco e patriarcal".

Me digam com toda sinceridade, não é apaixonate? Tento escrever deste modo e jeito. As vezes consigo, noutras não. Simas foi a celebridade carioca que tive o imenso prazer de trombar nessa curta passagem pelo Rio. Um reencontro pra lá de saudável, salutar, destes a merecer um escrito longo de minha lavra.

TEM UM POVO QUE NÃO TEM MAIS CONVERSA
Fiquei hoje pela manhã um bom tempo resolvendo coisas dentro de um cartório. Na mesa do atendimento, um casal na minha frente e eles bem que permaneceram por uns 40 minutos ali parlando antes de mim. Sentei e esperei. Por sorte um livro na algibeira - nunca saio sem um. Li quase que inteiro. Pesquei algo de uma conversação entre o atendente do cartório e o casal, quando num certo momento, inevitável, o radar ficou sintonizado. O casal quis falar algo sobre Bolsonaro, induzindo o rapaz a concordar com a ideia que estavam a apresentar. Ele, educadamente, disse aos dois não poder tratar, muito menos discutir de política ali em seu local de trabalho. Pelo que senti, o casal não gostou e a reação foi intempestiva: "Então quer dizer que você é petista, defensor do lula?". Eu só ouvindo, ele argumentou: "Não foi isso. É que aqui não é local para este tipo de discussão. Estou aqui para resolver sua questão cartorária e tem gente esperando na fila". Os dois emburraram e resmungaram. Percebi, queria ao menos uma sinalização favorável ao arrazoado que tinham preparado para vomitar sobre o pobre do coitado do funcionário. Não encontraram respaldo. Chegou minha vez. Já o conhecia e também não tratamos de política, mas foi inevitável ele me dizer: "Está cada vez difícil tratar e conversar com gente como eles. Não aceitam o contraditório, muito menos uma ideia contrária ao que já possuem em mente. Fica difícil. Escapo sempre com a mesma justificativa". Minha conclusão é simples, direta e reta. Se hoje, depois de tudo o que já foi descoberto, revelado e sendo investigado, motivo da quase prisão do Bolsonaro e dos seus, existem os que o defendem, creio que, com estes, não existe mais nada a fazer. Tudo o que poderia ter sido feito para abrir seus olhos já foi feito e se continuam apoiando o indefensável, são casos perdidos. Como estes existem outros tantos. Enfim, Bauru votou com o capiroto, dando-lhe quase 80% dos votos. Muitos mudaram, conseguiram enxergar o enrosco onde se meteram, mas exister uma turba ainda cega e pelo visto, não abrirão os olhos tão facilmente.


OS SINAIS EMITIDOS PELA MINHA BUNDA
Como sabem passei três dias na Cidade Maravilhosa. Ruei até não mais poder e como fui e voltei de Reunidas, os pés estão inchados, demorando alguns dias para voltar ao estado normal. Passar duas noites neste curto período dormitando dentro de um ônibus é pra alterar o metabolismo de um quase velhusco e as beiras da aposentadoria. Não é só os meus pés a emitirem sinais para comigo. Ninha bunda também se manifesta. Digo bunda, para não escrever uma palavra vista como muitos como escatalógica e assim, ser censurado pelos guardiões do Facebook. Escrevo bunda e todos entendem o que quero dizer. Pois bem, meu intestino tem uma regulação lá dele, já conhecida por mim e não costumo evacuar todo dia. Quando em casa até pode acontecer, mas nas estradas, segue outro ritmo. Agora mesmo, sexta, sábado e domingo e tudo o que fiz foi urinar e muito. Conheço imensidão de banheiros por onde passo, mas só para o número 1. Não tive a graça de fazer e deixar nenhum número 2 pelo Rio. Voltei incólume, bunda intacta de papel higiênico. Pois foi só avistar terras bauruense e a bunda já se manifesatou inquieta e me pedindo para chegar logo em casa. Ainda na rodoviária fiz novamente o número 1, mas algo já me atormentava. Foi chegar em casa, abrir a porta e tudo se destrabelhou. Foi um corre para o banheiro. Tudo deu certo. Não fiz nas calças e nem fora do lugar. Fiz, isso é tudo. Fiz muito, o acumulado de três dias. Conto isso, pois minha cara metade me acha anormal. Não vejo discussão para tanto, pois agora, tudo em seu devido lugar e dentro dos parâmetros já do conhecimento de minha constituição física organizacional bundal. Ela, pelo que a conheço, possui métodos e gosta de expelí-los quando em vaso sanitário conhecido. Luxenta a danada da bunda. Sigo com ela, pois outra não vou ter. Enfim, alguém por aí passa pelo mesmo condicionamento ou sou mesmo um quase anormal?

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