sábado, 1 de março de 2025

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (182)


HOJE, 1° MARÇO, SÁBADO DE CARNAVAL, 13° ANO DO TOMATE, EU LONGE DE BAURU, SEM ME AFASTAR DAS REFERÊNCIAS
Na Eslováquia, manhã fria, sem desfilar com o Tomate, primeira vez longe da folia, curto à distância. TOMATE SEMPRE. Poderia escreviunhar uma textão dos longos, mas não é o momento. O Tomate saiu bem, marcos território, encheu a Batista de alegria e com muita consciência, como sempre o fez. O barco continua sendo tocado...

MANHÃ FRIA DE SÁBADO, MERCADO MUNICIPAL, FEIRA SEMANAL DE PRODUTORES, ARTISTAS, UNINDO ARTE E CULINÁRIA EM BRATISLAVA, NA ESLOVÁQUIA
Antes da despedida da cidade, nada como conhecer a mais famosa feira nacional da Eslováquia, acontecendo todo sábado, região central, com diversidade de expositores. No letreiro STARÁ TRÊNICA. Muita comida, bebida, livros e discos usados, antiguidades e filatelia, tudo junto no mesmo espaço. Maravilhamento para olhos, ouvidos e boca. 

Ah, se em Bauru aproveitássemos nossos barracões para algo desta natureza, regional! Um dia chegaremos lá! Isso me faz querer escrevinhar muito, mais um daqueles textões, mas me contenho, pois um trem nos espera e vamos ter que bater asas, justamente agora, que eu e Ana Bia comerçamos a gostar deste lugar. 

CHEGAMOS EM BUDAPESTE NA CALADA DA NOITE E FOMOS EM BUSCA DE UM LUGAR ALTERNATIVO PRA JANTAR
O bloco do Tomate estava desfilando em Bauru e eu e Ana Bia quase chegando em Budapeste, na Hungria. O trem parou, ela desaparece da minha vista no meio da estação. Comedida, havia ido trocar uns euros por florins, a moeda local. Aqui as ruas principais são bem iluminadas, mas as demais escuras, assim como a coloração da maioria dos prédios. Muitos caixotões escuros. Assustei. Tomara perca essa primeira impressão. Como adentrar uma rua dessas sem uma luz lá no final do tunel. Sou um velhinho amedrontado.

Mal chegamos no hotel, abrimos as malas e vamos pra rua. Indicaram um lugar aqui perto, cheio de luzes, povaréu na rua e vamos de metrô. Ela, a precavida, havia comprado passe do transporte urbano para quatro dias e eles estavam à nossa espera na recepção. Quem tem boca vai a Roma. Com um papelzinho anotado chegamos na praça. O metrô daqui tem as estações pequenas, sem muita pompa, mas tudo redondinho. Só os nomes estranham. Eis mais uma língua difícil de ser domada.

Perambulamos e bateu aquela fominha. Uns restaurantes rebuscados e cheios de pompa. Até entramos num, mas quando nos deparamos com o peixe ali diante de nós, para ser escolhido e depois preparado, olhamos um para o outro e batemos em retirada. Caímos numa ruazinha transversal e no meio de uma delas, um movimento da calçada. Um bar no estilo do Templo, pouco mais destrambelhado, aí de Bauru. Uma galera lotando os espaços e uma decoração psicodélica. Acertamos na mosca, adentramos e como não havia lugar no andar de baixo, subimos um íngreme escada e fomos acomodados no andar de cima, onde cabem somente cinco mesas.

Comemos bem e no frigir dos ovos, Ana fez as contas e ficou tudo muito mais barato do que um restaurante lá no centro da Bratislava. Fotografei a casa inteira, pois não queria perder da vista cada coisa ali enxergada. Eu como não converso em inglês, mais boiei do que proseei, porém, curti muito o lugar, a comida e o astral. No meio daquele monte de luzes neon, encontramos um cantinho para nos recepcionar bem por essas bandas do mundo. Estamos na terra do ultradireitista Viktor Orban, amigo por interesses políticos do Bolsonaro e terra do craque de bola do passado, Puskas, de quem quero trazer um recuerdo.

Voltamos pro hotel do jeito que viemos. Abordamos uma mulher na entrada do metrô, ela meio ressabiada, mas quando descobriu sermos turistas e não pedintes, se arreganhou e embarcou conosco, nos ensinando direitinho onde descer. Confundiu Ana, "você é cubana?". Voltamos alegres pelo primeiro contato. Amanhã iremos nos perder de fato e logo 10h um tour num local distante, desses que nem sabemos ainda como lá chegaremos, mas creio eu, tudo deve dar certo, como tem dado até agora. O bloco do Tomate, pelo que me contam, novamente arrasou nas ruas de Bauru, pela primeira vez sem este HPA e o bar onde estivemos, sem querer e já querendo voltar é o Kiadó Kocsma - eita nome esquisito pra um bar. Deve ter lá seu significado e nem perguntamos. Fica para a próxima.

EIS UM DETALHE DE UMA AULA DE HISTÓRIA NO FUTURO
Professor de História, aula em 2042:
- E então os bolsonaristas tentaram dar um golpe fechando estradas.
- A polícia não impediu?
- A polícia se aliou com os golpistas…
- E quem impediu o golpe, professor?
- Bom, tinha rodada do brasileirão… As torcidas organizadas tiraram os golpistas do meio na base da porrada. Com destaque pra Galoucura e a Gaviões da Fiel. Cai na prova. O episódio ficou pra sempre conhecido como A Vitória da Tropa FuraBloqueio (2022).
@khaldiego
Adm da I&H

EIS O MOTIVO - Escritor, professor e historiador, Luiz Antonio Simas é um dos maiores estudiosos da cultura popular brasileira. Simas defende que a festa é resistência, que o samba, o carnaval e as celebrações das ruas são formas de enfrentar as durezas da vida com alegria, criatividade e luta. Bom carnaval a tudo, todas e todos!

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