segunda-feira, 3 de março de 2025


UDIGRUDI
A LÍNGUA DELES NÃO É DIFÍCIL, É IMPOSSÍVEL - TENTANDO ME FAZER ENTENDER

Sabe qual a maior dificuldade por aqui? Eu já tenho dificuldade com a língla inglesa, pois beirando os 65 anos, não a aprendi adequadamente. Me safo e quem me salva é minha poliglota sempre de plantão, Ana Bia. Não preciso de tradutor simultâneo pelo celular, pois a tenho aqui ao meu lado. Baita sorte. Porém, ela também apanha muito com a língua eslovaca, em Bratislava e aqui em Budapeste, o húngaro, que para mim é tudo a mesma coisa, uma complicação e enrolação danando o relacionamento.
Encontramos em Bratislava um casal jovem de gaúchos e eles, não falavam nem o inglês e quando questionado, na resposta, muuito de como eu também me viro por essas bandas do mundo: "A mímica nos salva e nos leva adiante". Eu virei o rei da mímica e até para dizer o quarto do hotel ao atendente, na liveração da sala do café da manhã, nada falo além de um "good morning", mostrando o cartão do hotel com o número do quarto. Nos cardápios, pelos preços e indução pelas imagens me viro. Ana ri e me salva de enroscos maiores.
Tudo é motivo para risadas, enfim, por aqui vivo um momento único e a língua é só um pequeno empeçilho. Quem poderia imaginar que um dia na vida viria para estes lados do planeta? Pois bem, cá estou e já entendendo quase perfeitamente como se dá o traçado do metrô em Budapeste. Mesmo com aqueles nomes esquisitissimos - para nós, claro -, sigo em frente, movido por uma bússola interior e ela, mesmo desorientada, me conduz para, entre erros e acertos, seguir adiante. Tentar falar com húngaros, nem pensar. Fico nos gestos triviais e na já rotineira mímica. Quando me faço entender e descobrem ser brasileiro, algum sorriso e daí por diante, consigo algum entendimento. Ontem numa loja de souvenir, na hora do pagamento, o atendente, ao conseguir lhe dizer ser "brasiliano", sorriu e esboçou algumas palavras em português. São todos simpáticos e quando abordados na rua, conversando em inglês, param tudo e nos mostram o caminho, numa atenção surpreendente. Por aqui, os carros param diante de um pedestre, mas cuidado mesmo, devemos ter com os trens e bondes, pois estes não e se bobear passam por cima. Ana me diz de uma estatística, onde 18 pessoas morreram em Praga, só no mês de dezembro último, atropelados pelos trens. Lindo ver que, em todas as cidades européias, trilhos elétricos e eles circulando por todos os lugares. Compramos passes para transporte urbano em todas as cidades e só circulamos por estes, errando e acertando, Ana conversando com quem fala inglês, eu só na mímica. E confesso, tudo tem caminhado a contento. Uma alegria quando me deparo com alguém falando em portugês, mesmo que, quando encontro algum, vou logo todo falante e do lado de lá, nem sempre uma convidativa pessoa. Tem brasileiro chato e esnobe por aqui, já deu pra perceber. Com estes o melhor mesmo é não falar nada, pois nem assunto teria. Essas algumas impressões dessa tresloucada viagem.
obs.: As fotos são ilustrativas, as últimas tiradas ontem à noite, andanças por lugares turísticos, indicações recebidas e perdições por onde estivemos enfurnados. A gente adora se perder...


SEGUNDA MANHÃ, 3° TOUR EM BUDAPESTE, NA PARTE BUDA, MEDIEVAL, LADO DE LÁ RIO DANÚBIO, COM GUIA ESPANHOL, JOSÉ E NO FINAL CATEDRAL SAN ESTEVAN

4° TOUR, SEGUNDA À TARDE, BAIRRO JUDEU E SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, COM GUIA FÉLIX, UM ESPANHO, 14 ANOS DE HUNGRIA
Como é bom desvendar uma cidade com quem conhece e nos ajuda a conhecer lugares que, não iríamos conhecer nem batendo muita cabeça.

NA CARROÇA DE LIVROS NA PRAÇA "MADÁCH IMRE TÉR", CENTRO DE BUDAPESTE
E encontro um Paulo Coelho traduzido para o húngaro e um exemplar do História Moderna e Contemporãnea, do José Jobson Arruda, este para meu espanto em português. O Brasil circula pela aí. Adorei a carroça de sebo no meio de uma praça. Só não puxei conversa com a moça, - vendedora ou dona -, pois não sei uma palavra de sua complicada - para mim - língua.

UNDERGROUND BUDAPESTE, O LADO FORA DA CURVA, DE ONDE NÃO QUERÍAMOS MAIS IR EMBORA
Toda cidade tem lugares assim, ou no mínimo, deveria ter. São arrebatadores, subversivos e mais que alternativos. Conhecemos por intermedio do guia do nosso último passeio. Pisamos leve, suave e nos apaixonamos. Pena ser nossa última noite por aqui, pois numa placa está escrito: "Aqui fecha 4h da manhã". A Hungria é comandada por um cara da ultra direita européia, 14 anos no poder, algo mais perigoso que o nosso Bolsonaro, porém a vida e resistência pulsa por aqui. Senti isso neste local, até pela forma como muitos escolheram tocar suas vidas, independente de como o país é gerido. Resistência se dá de muitas formas, essa uma delas. A Hungria, ou ao menos Budapeste, ou parte dela, não se entrega.

ENTENDEU? É EXATAMENTE ISSO...
O Carnaval é resistência, cultura e ancestralidade!
Como bem disse Milton Cunha, as escolas de samba são filhas do batuque, da fé e da força do povo preto. Os ogãs dos terreiros ecoam nas baterias, e cada batida é um chamado aos Orixás.
Que nunca se esqueça: o samba é sagrado, o Carnaval é preto!

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