segunda-feira, 10 de março de 2025

BAURU POR AÍ (237)


NA SEQUÊNCIA DOS FATOS

TERIA EDUARDO BORGO CAÍDO NA ARMADILHA DE SUÉLLEN ROSIN
Eduardo Borgo é um político que por muito tempo procurou um filão para se fazer politicamente. Encontrou quando deu de cara com a política que, num certo momento da vida nacional, estava vindo à tona, a do político Jair Bolsonaro. Ele, Borgo, já havia tentado atuar nas hostes da Prefeitura Municipal, chegando a galgar postos importantes dentro da Emdurb. Bateu de frente com o então prefeito, Clodoaldo Gazzetta, exatamente pelo mesmo motivo que o encralacra hoje, o de ser boquirroto. Saiu da Emdurb chutado pra fora - queria mais luz que o prefeito de então -, esperneou, mas passado um tempo, estava novamente no ostracismo e isso, para ele, se tratava de seu fim político. Com o advento Bolsonaro, pegou carona e voltou a ter alguma luz sob sua pessoa. Resumidamente essa sua história. 

Eduardo Borgo é advogado. Diz ter atuação há décadas. Ninguém sabe, ninguém viu. Particularmente o conheci na Escola de Samba Coroa Imperial, quando até puxador de samba enredo foi. Um grilo falante. Gostava das rodas de boa prosa, principalmente as de balcões de bar - também gosto de frequentar estes lugares. Ali se tornou mais popular. No mais, comenta-se muito da atuação política de seu pai, um senhor com ligação umbilical com a luta dos trabalhadores e com atuação no campo da esquerda. Borgo desde cedo trilhou outros caminhos. 

Tudo desemboca no que está acontecendo hoje e ele, com seu jeito icônico e boquirroto, tudo fazendo parte de um script previamente pensado, grita em alto e bom som contra a  alcaide Suéllen Rosin, porém, por outro lado morre de amores por tudo o que seu Jair, o Bolsonaro produz. Não que ele desconheça toda a perversão do que representa Bolsonaro. Pelo contrário, ele sabe muito bem onde está metido. Não é bobo nem nada. Usufrui e segue o jogo. Diante de tudo, ainda um pouco incompreensível para a turba do lado de fora do jogo político - a qual me encontro -, isso dele bater tanto em Suéllen e morrer de amores pelo Bolsonaro, uma vez que ambos são da mesma linhagem, postura e fisiologia. Pois agora, talverz seja exatamente isso o que irá lhe destruir politicamente.

O tal, dentro do personagem criado e mantido por ele, se aproveitando do momento vivido pela política local, reapresenta isso do título de Cidadão Baurense para o seu "mito", o quase preso e já inelegível. Ele, que conhece bem como está hoje a composição política da Câmara - os tais dos 17 x 4 que cravei desde a eleição -, sabe que, se a proposta foi no passado rejeitada, hoje, momento pior que antes, passaria fácil. Foi o que aconteceu. Sempre será assim, com um voto a menos, outro mais, o placar será cravado, sempre neste patamar. Daí, Borgo, que se diz tão espeto, parece ter caído na própria armadilha. Quando da votação, falou o que não devia. Fez gestos impróprios e descabidos, grosseriro como sempre foi, boquirroto como sempre foi, porém, não se sabe até em que ponto, se for verdade que ainda é opositor da alcaide, ela agora tem a faca e o queijo na mão para defenestrá-lo como vereador. O que ele produziu na sessão de aprovação do tal título para Bolsonaro é mais que sério, porém, tudo passaria sem punição, diante de uma maioria constituída a favor dos pensamentos autoritários e tacanhos de Bolsonaro. Borgo sabe que, estão em busca de um motivo para sua cassação. O motivo chegou e o momento, se quiserem é exatamente este.

Com a representação feita e apresentada durante a última sessão da Câmara, motivando até o adiamento da mesma, algo que deve ocorrer nesta terça, 11/03, ele agora diante de um dilema de vida ou morte. A alcaide possui pleno domínio sobre tudo dentro da Câmara, os tais 17 x 4, portanto faz o que quer lá dentro. Borgo sabe disso melhor que ninguém. Ele aprovou seu título para o futuro presidiário, talvez foragido da Justiça e com a reação frente a populares que o espezinhavam, cometeu o ato falho. Se o pedido de sua cassação de fato ocorrer, estará nas mãos da alcaide decidir se ele vai ou não ser cassado. Mesmo ambos sendo bolsonaristas, ele tendo feito o afago ao mentor de ambos, pelo fato dele se insdispor contra a administração suellista diariamente, está neste momento no colo dela, pois a arapuca está armada. Não ocorrendo um acordo entre as partes, eis o Xeque Mate já sacramentado. 

Lembro bem de como esperneou quando caiu lá no cargo que lhe arrumaram dentro da Emdurb e hoje, o vejo boquirrotamente - como gostei desta denominação - numa situação bem parecida. Depende dela para continuar vereando e flanando na vida política. Nem quero pensar no que pode estar ocorrendo nos bastidores e corredores da vida política bauruense neste exato momento.

AINDA O CARNAVAL
ALGO CONTADO A MIM POR CLAUDIA LUCCIOLA E REFLEXÕES CARNAVALESCAS
Quando ainda viajando, não me lembro mais em que lugar estava, envergando no peito uma vistosa camisa vermelho e branca, comemorando os 30 anos do bloco carnavalesco carioca "Imprensa que eu Gamo", sabendo que sua saída este ano foi a última de sua existência, depois de 30 anos de rua, pergunto a ela, entendida dessas questões de blocos de rua carioca: "Cláudia, por favor, diga alguma coisa, este é realmente o último ano deste bloco? Ele está acabando? Você desfilou mais uma vez nele? Aqui onde me encontro não tem Carnaval, pelo menos não vi nada até agora. Desfilo por aqui com essa do Imprensa e com a do bloco fundado por mim, o bauruense Tomate. Por aqui, quando tiro o casaco e mostro ao mundo a irreverência carioca, cores pouco vistas em vestimentas em tempos frios, preferindo cores opacas, causo algum rubor em faces. Um beijo, Cláudia, conte alguma coisa deste último ano aí pra nós".

Ele demora três dias e me responde, num ainda intervalo entre a saída de um bloco e outro: "Oi, Henrique! Como vão de viagem? Tudo bem? Qdo vc me mandou msg na 2a feira eu tava saindo pra tocar no Virtual. Era 2a de Carnaval! De fato, vários blocos desse formato de caminhão de som, bateria e um samba vencedor estão acabando. Mais de 100 mil reais a brincadeira! Depois, as pessoas envelhecem, ficam cansadas... Garotada curte outro formato. Não tem ninguém pra assumir o comando. Escravos da Mauá já enrolou o pavilhão.  Bloco de Segunda encerrou ano passado. Esse ano, Imprensa que eu Gamo e Meu Bem, Volto Já. Ano que vem, Suvaco de Cristo. Só permanece o Simpatia é Quase Amor (pq a garotada assumiu). Ah e o Carmelitas e o Barbas!".

E mais não me disse, mas entendi tudo. O bloco farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco, o Bauru Sem Tomate é MiXto passa por problemas similares. Discutimos há anos sobre a renovação e como atrair novos foliões. Rodamos em círculos e mesmo querendo muito, confirmado com o que se viu na descida da Batista deste ano, uma só certezas: existe um público para o Tomate, o Imprensa, o Simpatia, Carmelitas e tantos outros, todos contestadores, provocadores e carnavalescos na sua essência. Dificuldade sempre será o nosso nome, mas resistir, lutar contra as adversidades e colocar o bloco na rua, sempre mais que uma vitória. Olhar para trás e ver como se deu a saída anual, como ela foi possibilitada é algo para incentivar e não deixar a peteca cair, nem a chama se apagar. Aqwui, no caso bauruense, se faz muito necessário a continuidade do Tomate, pois é único no que faz, unindo a festa carnavalesca com a necessártia crítica social. Ninguém mais faz isso nas ruas bauruenses e o custo, diferente do Rio, não cherga a algo tão alto. Viajei neste ano, o bloco saiu e isso prova, ninguém é insubstituível. O que se faz necessário agora é sentar todos numa mesa e sensatamente colocar as cartas, dizer o que pensa, ouvir o outro e encontrar saídas, pois o Tomate não pode terminar. Foram 13 anos e outros tantos virão pela frente. Vida longa ao Tomate, ao Carnaval e aos blocos de rua!

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