Mafuá do HPA

CENA BAURUENSE (31)

PÃO NO FRIO É TUDO DE BOM
O frio está batendo às nossas portas e com ele aquela vontade irrefreável, incontida de comer mais. Quem sai sempre ganhando são as padarias, que nesse período, vendem mais. Freqüento várias delas em Bauru, mas sempre temos as de nossa preferência e gosto. Sou meio avesso às padarias de mercados, não que não façam pães bons, mas prefiro mais aquele negócio de balcão, poder provar, bebericar um cafezinho, um pão na chapa, tudo fumegando e aquele papo que rola, amizades novas, assuntos variados. Se tiver tempo dá até para ler o jornal do dia numa mesinha na calçada. Tenho a minha preferida e ela está situada num local privilegiado, lá nos altos da rua 1º de Agosto, perto do Cemitério da Saudade. É a Padaria Nossa Senhora Aparecida, do Paulo. Acabo de sair de lá, após deixar o filho na escola (sim, ele tem aula aos sábados). Movimento intenso às 7h30 da manhã, um entra e sai e um cheirinho maravilhoso no ar. Não só de pães, pois eis que adentra o salão principal um padeiro carregando uma forma cheia de bolinhos de bacalhau. Seu Paulo arrasa no quesito diversidade, pois além da variedade de pães, faz de tudo um pouco e do pouco um muito. Uma rotisseria variada com assados para todos os gostos. Fome fora de hora para mim tem lugar, é lá na padaria do seu Paulo. Faço isso porque padaria é um negócio que gosto muito e só volto nas que me atendem bem e possuem pão bom. Padaria de pão ruim é uma lástima. Você vai uma vez só e não volta nunca mais. As boas te pegam pelo estomago e quando isso acontece, o retorno é certo e garantido. Vejo o sorriso estampado na fisionomia do seu Paulo, com sua redinha quase fixa nos cabelos. Dia desses me disse: “No inverno o pão dura o dia inteiro. No verão ser não comer rápido, está logo ruim. Vendo para um restaurante que serve caldinhos. No verão entrego uns 15 ou 20 no máximo por dia. Ontem, levei 180 pães para eles servirem junto com os caldos. Não tem quem não coma mais pão no inverno e nós ficamos mais felizes”. Felicidade de um, tristeza de outro, pois aqui perto de casa, ontem, chegando em casa por volta das 20h, a Sorveteria Nossa Senhora Aparecida (tudo leva esse nome, pô!), defronte a igreja com o mesmo nome, já estava fechada, pois com o frio não teria quem atender. Como ninguém é perfeito, seu Paulo não torce para o mesmo time que o meu e nem possui as mesmas afinidades políticas que as minhas, mas vou relevando, pois o produto que vende é dos melhores. Enfim, trouxe pães variados, uma baguete (daquelas antigas, que curto mais do que os pãezinhos), pão do padre, caseirinho e um leite de saquinho. Chego em casa, junto tudo com uma manteiga com sal, de preferência Aviação e está feito o estrago. Isso aqui foi escrito como uma forma de reconhecida reverência para as padarias e os padeiros que revendem um produto de qualidade. Seu Paulo é titular desse time. Desculpe gente, mas tenho que me ausentar do blog, pois o leite já está quente e os tais comprados a pouco me esperam.