ADÍLSON DA BANCA, PARADA OBRIGATÓRIA NO CENTRO DA CIDADE
Há exatos 29 anos Adílson trabalha diariamente numa banca de alumínio localizada na Rua Treze de Maio, quase esquina com a rua Primeiro de Agosto, no centro de Bauru, na parede lateral da Droga Raia. Sujeito boa praça, papo dos mais agradáveis, virou vício uma paradinha ali para um papo e na maioria das vezes sem nada adquirir que ali esteja sendo comercializado. Fez amizades aos montes e eles se revezam com o cotovelo debruçado sob um improvisado balcão. Seu nome é ADÍLSON CHAMORRO, 46 anos, morador do Jardim Jussara e um dos milhares que vem e voltam ao seu local de trabalho de ônibus circular ("quer que relate os problemas no setor", me diz) e segundo um dos frequentadores, "Só vem de carro se a Adriana deixar" (essa a esposa e amiga de todas as horas). Tudo ali é motivo de risos. O diferencial do lugar é a liberalidade do papo, mais progressista e sempre com uma conotação política. Adílson é desses que não se deixa levar por embromadores de plantão, escolheu um caminho a ser seguido e foge da mesmice. Ficou famoso quando no quarteirão existiam duas rádios, a 94FM e a Auri-Verde AM, virando fala diária de ambas e isso só fez crescer sua popularidade. E ri das conversas que vai travando durante o dia, como o conselho dado a uma mulher catadora de papel que iria votar no Serra: "Cuidado, hem! Ele vai tirar todo mundo da rua e se bobear joga até no mar". É que, como a maioria do povo brasileiro, não entende como pobres votam naquele que os apunhalam. No último sábado diz que um ficou na sua banca só no papo, das 9h30 até às 13h. Muitos vão lá para comprar e trocar cartões telefônicos, selos, antiguidades, figurinhas e jogos permitidos, além de comprar jornais. De um que estaciona o carro do outro lado da rua e vem para o aperto de mão, ouço um "Se eu for à cidade e não passar por aqui é o mesmo que...". Pela localização, virou ponto de informação de perdidos no centro da cidade e vai sempre conquistando novas amizades. Nas horas de lazer Adílson gosta de bater uma bolinha com amigos da paróquia São Benedito lá na distante AABB, num agrupamento de 60 pessoas denominado de "Comdor" (é com "m" mesmo e não com "n" da ave), pois diz que todos correm muito, mas não estão lá muito bem fisicamente. No último final de semana criaram algo novo, o FICO, cuja sigla diz tudo, Fundação dos Inativos do Comdor, pois todos passam mais tempo no estaleiro que no gramado. De uma família de 12 irmãos (11 vivos), Adílson toca sua vida, simples e do jeito que gosta, um dos melhores observadores de tudo o que acontece no centro de Bauru. Antenado com tudo, escrever dele em poucas linhas é um tanto difícil, assim como, quando diante de sua banca parar só para um aperto de mão.
Vivo intensamente cada novo momento nessa campanha política. Sofro intensamente. Ontem algo a me emocionar. Primeiro vi abrindo o blog do Cloaca (www.cloacanews.blogspot.com ) e depois num comentário postado aqui pelo bom baiano Messias, de Feira de Santana. Era sobre algo que hoje já está em muitos dos ditos blogs sujos. Uma fala emocionada do ator JOSÉ DE ABREU, que vivenciou in loco a resistência ao Golpe de 64 e fala de cátedra sobre o movimento estudantil (que saudade do daquela época, com militância, engajados e vibrantes). Ver e ouvir a fala do Zé é para elucidar quem foi o fujão do José Serra. Cliquem a seguir no http://www.youtube.com/watch?v=w45RosZRfO8&feature=player_embedded
2 comentários:
Prezado e generoso Henrique Perazzi, muito obrigado pela deferência em ter mencionado o meu nome neste 'post'!
Estamos, todos, lutando por um Brasil cada vez mais brasileiro!
Felicidades ao bom amigo bauruense, Henrique Perazzi, extensivas a todos e todas que participam desta conspícua casa cibernética!
Hasta la Victoria Siempre!
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, bahia, Brasil
caro Henrique
Adilson é isso tudo mesmo que voce escreveu aqui. Isso e muito mais. Não sabia que já fazia tanto tempo que ele estava lá debaixo de onde antes era a FM 94, do Simonetti, que quase todo dia falava dele. É um dos caras mais boas praças do centro da cidade e a nos fazer rir das agruras do dia a dia.
Daniel
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