Mafuá do HPA

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (41)

DOIS BAURUENSES EM DOIS LUGARES DISTINTOS E POSICIONAMENTOS IDEM
Seu Jair está perto dos sessenta anos, fica o dia todo cuidando de um terreno na rua defronte o Shopping Center de Bauru, que um irmão mais abonado lhe cedeu para transformar em estacionamento de veículos. Enquanto o lugar não se transforma num novo empreendimento, ele ali permanece, com o melhor preço do local, R$ 1 real a hora parada. Sempre de bermudas e camisetas regatas, queimado de sol e falante, faz amizade com todo mundo e difícil é o que adentra ali e não permanece alguns momentos envolvido em sua conversa fácil. Do lado direito, uma placa com banner de Pedro Tobias, Carlos Braga e Geraldo Alckmin. Antes da eleição puxo algo sobre o tema e ele deixa claro estar com eles, afinal, como me disse, “são dos poucos que fazem alguma coisa por Bauru. Dá para falar alguma coisa do Pedro Tobias? Olhe seu trabalho na região, o que já fez, toda a mulherada que o venera como um santo, não tem outro. O Geraldo e ele juntos vão continuar trazendo só coisa boa para Bauru, são amigos, quase irmãos. Não elegemos ninguém porque ninguém quer abrir mão de seus interesses. Nesse monte de candidatos, se os menos preparados abrissem lugar para os mais preparados, elegeríamos gente de bem a trabalhar por nós”. Vendo meu carro com os adesivos do PT e do Roque Ferreira, diz sentir “mágoa com esses sindicalistas. O Roque mesmo fechou seu gabinete após a eleição. Não quer ninguém lá. Vê se pode isso?”. Pergunto de onde tirou isso, pois não é verdade, Roque tem até comitê ao lado da Câmara para receber a população. Nada disso o convence. “Eu sei que ele fechou as portas para a população. Não me venha tentar mudar de opinião, pois não conseguirá. E não me peça para votar no PT, pois tô cheio de baderna”. Fala mais, de tudo um pouco, te segura pelo braço, não deixa você escapar e vai conseguindo com que alguns concordem com sua ladainha. Continuo deixando o carro lá, pois naquele quarteirão vaga é algo raro e o seu preço, sempre negociável é sem igual.

Adilson é figura popular no centro da cidade, com sua banca quase na esquina das ruas Treze de Meio e Primeiro de Agosto. Vende cartões telefônicos, figurinhas, peças raras e até um joguinhos de azar. Parar para um papo ali é algo que muitos fazem. Sempre alguém está debruçado no balcão de sua banca. A me ver após a eleição vem logo me falar das dificuldades da Dilma com os religiosos pendendo para o lado mais conservador. “É um voto de cabresto, onde aceitam tudo o que o pastor lhes ditam. Uma vergonha. Li hoje no Macaco Simão e concordo, que não posso mais ser mais católico, pois o papa não deixa e nem evangélico, pois não tenho dinheiro. Uma eleição a mercê do voto mais conservador do país. Onde vai dar isso? Coisa boa é que não é. E o Pedro Tobias, esse engana mesmo, não? Quando alguém vem me dizer que ele faz cirurgia de graça para a mulherada, digo que isso é mentira, pois ele é funcionário público, recebe por todas elas e se cobrasse, aí sim estaria agindo criminosamente. Nada que faz é de graça. O que ele faz e as pessoas não percebem é cortar a fila. Pega uma que foi lhe pedir e passa a cirurgia dela na frente de todas as outras. As que estão com ele fazem a cirurgia na frente das outras que não estão. Esse é o grande negócio. Não existe mágica nenhuma do que ele faz. Fica sabendo de todas as obras que estão ocorrendo na região e quando sabe que a verba vai ser depositada dia tal, vai antes com sua equipe, diz ter sido fruto de trabalho seu, algo de sua equipe. Fica como se fosse o salvador da pátria. Esperteza, não? Com a Dilma ocorreu algo sujo, inventaram de tudo dela e uma parte do povo fez como aqui na última eleição de Bauru, quando com dois brigando, acabaram votando num terceiro, que ganhou a eleição. No segundo turno, temos que ir na goela desses tucanos”, diz.

RAZÕES PARA VOTAR EM DILMA PRESIDENTE (03) - "Com Dilma sabemos que nossos irmãos mais pobres continuarão a ter acesso ao Bolsa-Família. Mais de 12,6 milhões de famílias foram beneficiadas pelo maior programa de transferência de renda do mundo. Não somente nós, de esquerda e centro-esquerda, mas também economistas liberais e instituições como o Banco Mundial concordam que o Bolsa-Família é parte essencial da redução da desigualdade. O principal candidato da oposição, José Serra, não conseguiu unificar sequer sua campanha ao redor de uma posição sobre esse tema. Chegou-se, inclusive, à bizarra situação de que enquanto o candidato prometia dobrar o BF, seus correligionários e sua própria esposa davam declarações que associavam o programa à “vagabundagem”. Com Dilma não tem erro: continuaremos a reduzir a desigualdade no Brasil", extraído do blog Biscoito Fino e a Massa.