domingo, 24 de outubro de 2010

MEUS TEXTOS NO BOM DIA (95 e 96) E UMA CARTA (54)

SANEAMENTO BÁSICO E A ELEIÇÃO – publicado no diário bauruense BOM DIA, edição de hoje, 24/10/2010
No horário político o candidato Serra, o das “mil caras”, apregoa que irá resolver o problema do saneamento básico brasileiro e o das redes obrigatórias de esgoto tratado. Ouço e coço a cabeça a matutar sobre o descaramento de tão mal ajambrada invencionice. Entender as entrelinhas de suas falas é mais do que necessário. Ele foi governador paulista e não resolveu esse problema na maioria dos municípios do estado. Puro trololó. Explico. Analisem o caso de Bauru, onde o prefeito Rodrigo tenta a todo custo efetuar financiamentos a garantir a continuidade da obra inconclusa por aqui. Obras iniciadas, meio que paralisadas e um alto custo para sua concretização. Sabe o que foi proposto o tempo inteiro pelo Governo paulista, dirigido tanto por Serra, como por Alckmin? Nada de financiamento, mas obra feita se Bauru abdicasse da independência do seu sistema de água, o do DAE – Departamento de Água e Esgoto e aderisse de mala e cuia para o da famigerada SABESP. Troca mais perniciosa não existiria na face da Terra. O mesmo que trocar trigo por joio. Rodrigo resiste e faz muito bem. O DAE pode não atravessar um bom momento, com problemas de gestão, longe da atuação do passado, mas nem se compara com o que a SABESP faz com os municípios onde atua. Se a solução de Serra para o saneamento nacional for a mesma empreendida pela SABESP, pulemos fora. Acho melhor encontrar qualquer outra alternativa, menos o da submissão e escravidão. Será que ele não estaria imaginando o mesmo para a Petrobras, Banco do Brasil, Correios? Bato na madeira só de pensar.

CERCEAMENTO LIBERDADE EXPRESSÃO – publicado no diário bauruense BOM DIA, edição de 16/10/2010
Quase todos os órgãos da dita (sic) Grande Imprensa brasileira apregoam que o governo Lula investe contra a liberdade de expressão e pratica censura prévia. Escrevem, falam, esbravejam, mas nada de concreto, palpável. Queria que me explicassem onde Lula e seu governo fazem isso de fato? Em nenhum momento, respondo. Esse é o governo que menos problemas têm criado para a imprensa. Somos um dos países onde mais se respeita a imprensa, mais até que nos EUA. Isso é fato. Hoje, mais do que urgente é uma reformulação na Lei de Imprensa ou a criação de uma nova regulamentação para os meios de comunicação, só isso. Fazer isso não é tarefa das mais simples. A legislação atual é arcaica, antiga e precisa contemplar os novos tempos, com mais justeza. Isso incomoda alguns grupos hegemônicos a comandar os maiores grupos jornalísticos do país. Não passam de seis famílias, cheias de poder e com o poder do que vemos, ouvimos e lemos. Uma vergonha. Um vespeiro que alguém precisa organizar. Nunca esse governo pediu a demissão de algum jornalista. Agora, quando o assunto é censura, quem mais critica o governo Lula é quem mais o pratica. Heródoto foi demitido do Roda viva da TV Cultura após perguntas derrapantes para Serra, Maria Rita Kehl após escrever sobre o fundamentalismo no Estadão, pesquisas de opinião não foram divulgadas no PR a pedido de candidato tucano, nem citam o caso do cara que desapareceu com 4 milhões num comitê do Serra, nada sobre a filha deste que invadiu a privacidade de milhões de brasileiros. A censura e a falta de liberdade existem sim, mas do patrão, do dono do órgão de comunicação que já não mais professa a verdade factual dos fatos. Quem fere a liberdade é Serra a pedir cabeças pensantes e atuantes.

NATALINO, GAZZETTA E RAUL - PV EM MARCHA RÉ – publicado na Tribuna do Leitor, do Jornal da Cidade – Bauru SP, edição de 24/10/2010 (Escrito após imprensa noticiar que o PV local inteiro estaria ao lado de Serra. O PV de Pederneiras, da prefeita Ivana, desde o 1º Turno está com Dilma)
Natalino da Pousada foi eleito vereador pelo PV e no seu primeiro ato contraria uma decisão do partido na eleição para presidência da Câmara dos Vereadores. Uma demonstração de independência e altivez. Repreendido, tocou o barco e agora no 2º Turno da eleição presidencial, morador e líder de um bairro eminentemente popular, já amaciado, reza na mesma cartilha do que prescreve o partido local, ou seja, estará com Serra. Deve ser duro ter de concordar com uma decisão que vai contra o que está demonstrado diante dos seus olhos ao sair do portão de sua casa. Ficar ao lado do algoz é uma decisão meio que harakiri. Já dos demais membros do PV local, nada a surpreender. Gazzetta quer é mesmo assumir vaga na ALESP e para isso precisa que o governador nomeie dois na sua frente. Aposta nisso e não enxerga mais nada à sua frente. De Dr Raul, depois de declarar que achava que os a possuir Bolsa Família não poderiam nem votar, pois são cabresto político (que diria dos paulistas votando nos tucanos há mais de 16 anos?), vejo que seu lugar é ao lado de Serra mesmo. Que o ninho lhes sejam aconchegante. Porém, que não se esqueçam estarmos diante de uma campanha onde a verdade está prestes a vender a mentira. E o PV, que no seu estatuto rege a favor do aborto, da diversidade sexual, da frouxidão religiosa e da liberação das drogas, rasga e joga no lixo tudo o que pregou para estar ao lado do retrocesso. Mostraram a que vieram.
OBS.: Todas as fotos foram tiradas no 2º Ato/Passeata Pró-Dilma ocorrida em Bauru ontem 23/10. Durante toda semana irei postando todas as fotos lá tiradas.

5 comentários:

Anônimo disse...

Parlamentares europeus e franceses dos Verdes comemoram desempemho de Dilma no Primeiro turno das presidenciais no Brasil, mas chama a votar Dilma no segundo para barrar a direita

leiam a integra

http://www.blogdaglobal.org/?p=677

profa. Maria Romão

Anônimo disse...

Colegas
Acho que a reflexão de Nassif resume muito bem o sentido de todo o terrorismo que estamos a assistir.


Seria legal divulgarem!


abrçs
Arthur Monteiro Jr


A psicologia de massa do fascismo à brasileira


http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-psicologia-de-massa-do-fascismo-a-brasileira


Há tempos alerto para a campanha de ódio que o pacto mídia-FHC estava plantando no jogo político brasileiro.
O momento é dos mais delicados. O país passa por profundos processos de transformação, com a entrada de milhões de pessoas no mercado de consumo e político. Pela primeira vez na história, abre-se espaço para um mercado de consumo de massa capaz de lançar o país na primeira divisão da economia mundial
Esses movimentos foram essenciais na construção de outras nações, mas sempre vieram acompanhados de tensões, conflitos, entre os que emergem buscando espaço, e os já estabelecidos impondo resistências.
Em outros países, essas tensões descambaram para guerras, como a da Secessão norte-americana, ou para movimentos totalitários, como o fascismo nos anos 20 na Europa.
Nos últimos anos, parecia que Lula completaria a travessia para o novo modelo reduzindo substancialmente os atritos. O reconhecimento do exterior ajudou a aplainar o pesado preconceito da classe média acuada. A estratégia política de juntar todas as peças – de multinacionais a pequenas empresas, do agronegócio à agricultura familiar, do mercado aos movimentos sociais – permitiu uma síntese admirável do novo país. O terrorismo midiático, levantando fantasmas com o MST, Bolívia, Venezuela, Cuba e outras bobagens, não passava de jogo de cena, no qual nem a própria mídia acreditava.
À falta de um projeto de país, esgotado o modelo no qual se escudou, FHC – seguido por seu discípulo José Serra – passou a apostar tudo na radicalização. Ajudou a referendar a idéia da república sindicalista, a espalhar rumores sobre tendências totalitárias de Lula, mesmo sabendo que tais temores eram infundados.
Em ambientes mais sérios do que nas entrevistas políticas aos jornais, o sociólogo FHC não endossava as afirmações irresponsáveis do político FHC.
Mas as sementes do ódio frutificaram. E agora explodem em sua plenitude, misturando a exploração dos preconceitos da classe média com o da religiosidade das classes mais simples de um candidato que, por muitos anos, parecia ser a encarnação do Brasil moderno e hoje representa o oportunismo mais deslavado da moderna história política brasileira.
O fascismo à brasileira
Se alguém pretende desenvolver alguma tese nova sobre a psicologia de massa do fascismo, no Brasil, aproveite. Nessas eleições, o clima que envolve algumas camadas da sociedade é o laboratório mais completo – e com acompanhamento online - de como é possível inculcar ódio, superstição e intolerância em classes sociais das mais variadas no Brasil urbano – supostamente o lado moderno da sociedade.
continua...

Anônimo disse...

continuação...
Dia desses, um pai relatou um caso de bullying com a filha, quando se declarou a favor de Dilma.
Em São Paulo esse clima está generalizado. Nos contatos com familiares, nesses feriados, recebi relatos de um sentimento difuso de ódio no ar como há muito tempo não se via, provavelmente nem na campanha do impeachment de Collor, talvez apenas em 1964, período em que amigos dedavam amigos e os piores sentimentos vinham à tona, da pequena cidade do interior à grande metrópole.
Agora, esse ódio não está poupando nenhum setor. É figadal, ostensivo, irracional, não se curvando a argumentos ou ponderações.
Minhas filhas menores freqüentam uma escola liberal, que estimula a tolerância em todos os níveis. Os relatos que me trazem é que qualquer opinião que não seja contra Dilma provoca o isolamento da colega. Outro pai de aluna do Vera Cruz me diz que as coleguinhas afirmam no recreio que Dilma é assassina.
Na empresa em que trabalha outra filha, toda a média gerência é furiosamente anti-Dilma. No primeiro turno, ela anunciou seu voto em Marina e foi cercada por colegas indignados. O mesmo ocorre no ambiente de trabalho de outra filha.
No domingo fui visitar uma tia na Vila Maria. O mesmo sentimento dos antidilmistas, virulento, agressivo, intimidador. Um amigo banqueiro ficou surpreso ao entrar no seu banco, na segunda, é captar as reações dos funcionários ao debate da Band.
A construção do ódio
Na base do ódio um trabalho da mídia de massa de martelar diariamente a história das duas caras, a guerrilha, o terrorismo, a ameaça de que sem Lula ela entregaria o país ao demonizado José Dirceu. Depois, o episódio da Erenice abrindo as comportas do que foi plantado.
Os desdobramentos são imprevisíveis e transcendem o processo eleitoral. A irresponsabilidade da mídia de massa e de um candidato de uma ambição sem limites conseguiu introjetar na sociedade brasileira uma intolerância que, em outros tempos, se resolvia com golpes de Estado. Agora, não, mas será um veneno violento que afetará o jogo político posterior, seja quem for o vencedor.
Que país sairá dessas eleições?, até desanima imaginar.
Mas demonstra cabalmente as dificuldades embutidas em qualquer espasmo de modernização brasileira, explica as raízes do subdesenvolvimento, a resistência história a qualquer processo de modernização. Não é a herança portuguesa. É a escassez de homens públicos de fôlego com responsabilidade institucional sobre o país. É a comprovação de porque o país sempre ficou para trás, abortou seus melhores momentos de modernização, apequenou-se nos momentos cruciais, cedendo a um vale-tudo sem projeto, uma guerra sem honra.
Seria interessante que o maior especialista da era da Internet, o espanhol Manuel Castells, em uma próxima vinda ao Brasil, convidado por seu amigo Fernando Henrique Cardoso, possa escapar da programação do Instituto FHC para entender um pouco melhor a irresponsabilidade, o egocentrismo absurdo que levou um ex-presidente a abrir mão da biografia por um último espasmo de poder. Sem se importar com o preço que o país poderia pagar.

Mafuá do HPA disse...

Jornal da Cidade - 26/10/2010 - Política
Tratamento de esgoto em Bauru segue sem definição
Interceptor da Nuno de Assis pode ficar mais caro e prefeito vai ouvir a Câmara sobre financiar ou não a estação principal


O programa de tratamento de esgoto em Bauru não está somente atrasado, mas tem várias pontas de sua execução em aberto há meses. O Departamento de Água e Esgoto (DAE) não define a contratação de novo trecho de interceptor da Nuno de Assis, a construção do sistema de tratamento do Núcleo Gasparini está fora do prazo há mais de um ano e o prefeito Rodrigo Agostinho ainda não sabe como vai pagar a execução da estação (ETE) principal, no Distrito Industrial I, se por financiamento ou concessão.

Para o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB), a entrega do projeto executivo da ETE do Distrito Industrial no início de novembro próximo vai dar luz à maior indefinição: em quanto tempo a obra tem de ser realizada, com qual tecnologia, quanto ela custa e como paga-la. “Até o dia 15 de novembro a empresa vai entregar o projeto executivo e eu pedi pessoalmente algumas modificações, como a avaliação de construção do módulo não com concreto e ferro, mas com manta, por exemplo. Isso pode deixar bem mais barato. Com o projeto executivo saberemos detalhes da obra, quanto ela vai custar realmente e ai vamos discutir com a Câmara o que é mais viável”, cita. O projeto executivo significa o detalhamento de engenharia e construção da maior etapa da obra. A ETE do Distrito, com capacidade para tratar o esgoto de população de até 500 mil habitantes em até quatro módulos, já chegou a ser orçada em até R$ 90 milhões. “Mas há muita especulação em torno dessa definição e o projeto executivo vai esclarecer isso. O cimento aumentou muito o custo no País nos últimos anos e o projeto agora é que vai ficar pronto”, conta.

O Executivo não descarta nada. A indefinição, de outro lado, indica a estratégia de apontar as opções para ver “o que mais agrada”. Mas como tudo passa pelo custo, o prefeito indica que não será surpresa optar por construir o primeiro módulo agora, ainda em seu governo. O problema do prefeito é convencer o bauruense a aumentar o endividamento municipal para um programa que, em 2005, já foi “vendido” com o aumento no custo da tarifa no DAE (o esgoto elevou o pagamento mensal em 40 pontos percentuais só para financiar o programa).




Da água ao esgoto


De outro lado, Agostinho encontra barreiras de gestão no DAE. A autarquia não conseguiu concluir nem a estação do Gasparini, de R$ 3 milhões.

A licitação foi refeita e, mesmo nesta gestão, as obras voltaram a atrasar. A presidência da autarquia, a cargo de Rafael Ribeiro (PR), também demora sem justificativa para abrir licitação de trecho de interceptor na Nuno de Assis. O processo já havia sido aberto e a “atualização da planilha” está há vários meses empacada com Ribeiro.

“Eu concordo que está demorando muito definir este lote da Nuno. Eu defendo que abra a licitação desse lote e da Água Comprida e o DAE faça o trecho de emissários do Jaraguá e do córrego Madureira (PVA). O DAE está com insegurança no levantamento do shield na Nuno (perfuração sem destruição)”, confirma o prefeito.

A “insegurança”, neste caso, significa valor. Há pressão nos bastidores contra a previsão inicial do contrato, lançado no início do ano por R$ 11 milhões.

Mas o departamento tem outros nós estruturais a superar. Há incompatibilidade entre a gestão de Rafael Ribeiro e seus comandados, falta de comando, distribuição dispersa de cargos entre “amigos”, cargos políticos, concessão de benefícios sem critério de meritocracia para operários pró-governo em detrimento a outros de carreira e ausência de planos operacional e de manutenção, sobretudo no setor de produção subterrânea, reservação e rede.

E a caneta está nas mãos de quem pode assinar um contrato de algo próximo de R$ 100 milhões, a maior contratação da história administrativa municipal das últimas décadas.


Reproduzo pois trato do tema num texto - HPA

Mafuá do HPA disse...

Abro o JC de hoje e lá está na Tribuna do Leitor uma resposta do Natalino para seus eleitores (dentre os quais não me incluo). Seria muita pretensão achar que está respondendo minha carta publicada no mesmo jornal no domingo último, porém como trata-se do mesmo assunto, reproduzo aqui como desdobramento do que publiquei:

26/10/2010
Vereador Natalino esclarece

Quero me dirigir à população de Bauru e em especial aos moradores da Pousada da Esperança e adjacências , local que represento e moro, onde os meus laços são profundos com a população. Tenho muito orgulho das minhas raízes, inclusive faço questão de levar o nome do bairro no meu nome político – Natalino da Pousada. Sempre que surge uma questão onde temos que tomar uma decisão entre um lado e outro, é difícil agradar a 100% das pessoas. Na questão da eleição presidencial do segundo turno, temos agora apenas duas opções: Serra ou Dilma. Qualquer que fosse a minha decisão, com certeza não agradaria a todos. Manter-me neutro seria uma forma de não assumir os compromissos assumidos por mim com a população bauruense. A decisão da cúpula do meu partido – o PV – optou pela neutralidade nesta questão, deixando para seus filiados a decisão pessoal de apoio. Como vereador desta municipalidade, tenho a obrigação de tomar as decisões que, no meu entender, favoreçam a população que represento e também a municipalidade como um todo, observando as conseqüências implícitas nesta decisão.

Em reunião com os outros membros do partido local, decidimos por aquilo que julgamos melhor para a população. É impossível, a nível local, você simplesmente ignorar as forças políticas, tanto a nível estadual como federal. Quero sempre o melhor para a Pousada da Esperança e também para Bauru. E neste momento, no meu entendimento, a melhor decisão é a que tomamos para presidente. Faço votos mais uma vez que nossa Bauru será comtemplada por aquilo que os seus filhos esperam.


Natalino da Pousada – Vereador – PV, vice-presidente da Câmara