terça-feira, 5 de janeiro de 2021

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (187)


QUATRO TEMAS E O OLHAR SEMPRE ATENTO

1.) UM POUCO DA HISTÓRIA DE MARIA, A ALEGRIA DE ONDE MARCOU PRESENÇA
Eu gosto muito de conversar com as pessoas – as que assim me permitem e não são cagadores de regras, autoritárias e querendo impor a sua vontade e ideia como a única possível. Hoje, na impossibilidade de fazê-lo de forma presencial, continuo parlando por aqui, pelas redes sociais, pelo reservado, troca incessante de diálogos. As pessoas querem conversar e quem assim se propõe, eu dou corda, pois também quero, aliás, necessito. Isso me recarrega e sei, também as recarregam. Todos estamos precisados de muita conversa. Ontem, travei algo assim com algumas pessoas e uma delas posto aqui, dessas abrindo sua memória e apresentando algo do que já fez, onde já esteve envolvida. Eu me encanto e sei, muitos também se encantarão. 

Maria Aparecida Lopes eu conheci nas ruas, nos embates, nos tornamos amigos, confidentes e estamos sempre conversando, trocando ideias. Envelhecemos, mas ainda nos vemos em condições de algo, alguma lenha para ser queimada. Ela ontem me relembrava algo de textos publicados por mim, da vontade de gravar uma conversa com o Silvio Faria, contando a história da Discoteca de Bauru e acrescentava sua pitada pessoal, sua participação. Encantado, compartilho com todos, pois as boas cosias não podem permanecer ocultas, escondidas e quando expostas, outras de igual teor irão surgir.

“Boa tarde Henrique...ótimo ano pra você e família Em uma conversa que tive com você sobre lojas de venda de discos, onde em uma delas trabalhei perto dos meus 18 anos, acho que acabei vacilando pensando que a conheceu, pois depois fiz contas e vc era menino..... mas como mencionei ter foto...aí vai.....”, escreve e me envia a foto dela, linda na flor de sua juventude, junto de amigo de origem nipônica. Escrevi: “Mande mais fotos, essa é tu? Descreva a loja, lugar, nome dos donos, de quem trabalhava lá, que época e faço um texto e publico”. Ela me responde revirando sua memória: “Essa é a foto que revelei......o japa da foto kkkkkkk, acredite se quiser....pois tenho certeza que conhece....é o Wilson do cartório da 13 com a Bandeirantes....Somos amigos desde então, nos falamos e gargalhamos da situação, pois hoje eu pobretona e ele muito bem sucedido....ele tem uma cópia na gaveta do cartório e orgulha-se disso.....vive tirando onda. (...) A loja no início ficava na quadra 7 da Rodrigues em frente do Ed.Comercial....onde no térreo na época funcionava a Defensoria Pública e também tinha depois de um tempo uma filial na Monsenhor Claro, próximo da Batista, trabalhei nas duas, o nome comercial era Fonocaptor e seu proprietário o Hamilton.....o cara era uma figura, um baixinho mulherengo, antenado, divertido e muito correto, dizia...pai ama os filhos pois a mãe deles já foi sua amada. Foi lá que passei a amar o Vinicius de Morais e todos e todo o romantismo das músicas da época”.

Ela, na sequência me envia mais fotos, de tempos que, infelizmente não voltam mais, mas nos enchem de orgulho quando revividas, pois eu e ela, somos dos que possuem história, aliás, muita história para contar. “Assim como na foto anterior...lá estou nesta foliando no BAC....o rapaz (não lembro o nome ) era um amigo de trabalho e em sua camiseta e na cabeça o logotipo da loja. (...) Nesta outra também no BAC no mesmo dia após desfile de carnaval na Rodrigues....são colegas...a outra moça foi a rainha do Carnaval daquele ano, a música inesquecível......Ala Ala Ala....meu bom Ala.............”, escreve. Acho lindo essa abertura de algo pessoal, reminiscências, jeito de ir tocando a vida hoje, mas com algo fincado no que foi fundamentado lá atrás. Temos gostos parecidos, a boa música, o Carnaval (com letra maiúscula), as festas, o envolvimento com as pessoas e tudo o mais. Essa Maria é dessas que todas vez que a vejo, me dá vontade imensa de abraça-la e não soltar mais, pois pulsa coisa boa. 

Ela, hoje, assim como eu e outros tantos, queremos e precisamos muito de conversar. Temos encontrado poucos com quem fazê-lo e ela quando encontra ressonância, revive o que já fez e nos mata de inveja. Ela foi muito feliz, se divertiu bastante, construiu uma história só dela e hoje, confinada, como a maioria dos sensatos, reluta em entregar os pontos. Se fosse continuar falando dela e de suas fotos, iriamos longe, pois ela teria muito mais a mostrar. Adoro gente como ela. Eu os amo. Encerro com uma foto dela ano passado quando do desfile no Calçadão do bloco burlesco, farsesco e algumas vezes carnavalesco, o Bauru Sem Tomate é Mixto, do qual é membro permanente.


2.) A TRAGÉDIA DA AJAX DE BAURU RELATADA NUM LIVRO - RELEASE FEITO PELO JORNAL "DEBATE", DE SANTA CRUZ DO RIO PARDO
https://www.debatenews.com.br/.../a-tragedia-da.../
A história da contaminação provocada pela fábrica de baterias Ajax é do conhecimento da cidade de Bauru, mas seus detalhes ainda não estão devidamente contados e a maioria das pessoas o desconhecem. No livro "Marcas de Chumbo: a história do menino David", feito da escritora de Espírito Santo do Turvo, residente em Bauru há 30 anos, Diva Fernandes é uma das tantas histórias mais que tristes provenientes dessa contaminação ainda sendo contada e com contas a ser acertada com Bauru - principalmente aos contaminados. O jornal Debate, de Santa cruz do Rio Pardo, texto escrito pelo jornalista Sérgio Fleury Moraes, em duas páginas de sua última edição do ano passado, 25/12, destrincha esse crime ambiental e ao contar o relato sobre a história de um dos tantos contaminados, faz um balanço sobre tudo o que por lá aconteceu e vamos assim tomando conhecimento pouco a pouco de algo escabroso. Um belo documento escrito por alguém que, de certa forma vivenciou a tragédia, pois foi vizinha do menino David e dessa forma acompanhou todo o seu sofrimento. Ele começou a apresentar sinais de contaminação aos sete anos e hoje, aos 28, vive na dependência de medicamentos e teve sua vida totalmente transtornada pelo efeito da proximidade com o vazamento de chumbo.

O ocorrido com David certamente tem outros muitos casos idênticos ou até piores e a maioria, ainda desconhecidos da população. Contar essa história é ajudar a desvendar um dos maiores crimes ambientais e contra pessoas humanas, bairros inteiros contaminados e a maioria sem a devida assistência. Até hoje, após a falência da Ajax, em 2015, muitos como David aguardam uma justa indenização, o que pela morosidade, alguns acreditam nunca mais ocorrerá. O total de contaminados deve chegar a 350 pessoas e seus proprietários, até hoje não foram devidamente culpabilizados, exigindo-se deles algum ressarcimento pelo imenso dano causado a tantas pessoas. O livro vem resgatar não só uma história, mas um drama ainda sem solução dentre as tantas histórias de abusos cometidas dentro dos limites desta cidade, dita e vista por muitos por muitos como "Sem Limites". O livro da Diva é joia rara, dilapidada, pronta pra esclarecer muito do que nos foi escondido estes anos todos.


3.) A DEGRADAÇÃO DOS VIVENDO NAS RUAS
Quem circula pela cidade e vai acompanhando a transformação nas pessoas em situação de rua se espanta com o que vai se deparando ao longo dos anos. Este jovem, o vejo há muitos anos, circulando por todo o centro e representa bem o que é mais do que perceptível nas ruas bauruenses e brasileiras. São pessoas, algumas com algum tipo de deficiência, outros simplesmente por terem desistido de fazer parte do jogo da vida neste mundo, outros por dificuldades, debilidades, etc, cada qual com uma história de vida por detrás do que se vê. Viver nas ruas não é simplesmente uma opção de vida. São tantos os motivos que levam a isso e cada caso deve ser analisado, um por um, todos ali afunilados nas beiradas das calçadas, amontoados nas praças, andando sem eira nem beira pelas ruas, dormindo em vielas, becos, debaixo de marquises e clamando por algo, não só um olhar piedoso. Em muitos casos, mesmo existindo a ação pública, que no caso de Bauru, existe e é de boa qualidade, pois possuem equipes definidas e especializadas neste contato, com locais de acolhimento, mas mesmo assim, como espalhados por todo o país, persistem pelas ruas muitos vivendo como este da foto, numa clara deterioração e degradação com o passar dos anos. Eu, circulando muito - agora só de carro, olhando-os hoje à distância, sem contato possível -, entendo o que é feito, mas vejo que ainda existe um algo mais, algo pelo qual não sei aqui explicar, mas explicitando o que foi feito por este, aquele, enfim, não desistir nunca de continuar insistindo com estes. Meu amigo Hamilton Suaiden, o Turco da pastelaria ali na Primeiro de Agosto, bem defronte onde tirei a foto, o Adilson da Banca, Adilson Talon, Amilcar Oliveira taxista, lancheiro Uau-Uau convivem com estes diariamente e conhecem a todos, suas histórias e assim como eu, sabem da tristeza que dá em ir acompanhando-os na sua destruição, não só física. Estes invisíveis para muitos, fazem parte de um cotidiano doloroso e a persistir, infelizmente, em todas nossas cidades.

4.) EU VIGIO, TU VIGIAS, ELE VIGIA..., ENFIM VIGIAR E SER VIGIADO
O Governo Suéllen continua se apossando das coisas pertinentes ao mandato. Alguns vão com muita sede ao pote. Nada de anormal quando pela primeira vez, inexperiência, se achando que podem tudo. Ainda bem existe uma turba os vigiando e a vigiar tudo e todos, pois assim poucos deslizes ocorrem. Vigiar e ser vigiado, uns fazem de tudo para que nada escape e outros, agem da mesma forma, burlando os vigiadores. O mundo é assim mesmo, dos que vigiam, dos se deixam vigiar e dos que burlam a vigilância. Leio agora mesmo que, Londres é a capital do vídeo - vigilância com cerca de 3 mil câmeras espalhadas pela cidade. Tudo é vigilância. Uns vigiam o Diário Oficial do Município e ouço que, o devassam em busca de falhas, pisadas na bola, assim como as câmeras londrinas. O cálculo da polícia londrina é que um cidadão é filmado cerca de 300 vezes por dia. E cada vez de forma mais sofisticada. Agora as câmeras sabem reconhecer uma cara no meio da multidão e identificar sua silhueta de costas. O sistema aperfeiçoa-se. Os fiscais em busca das irregularidades idem, assim como os arapongas de ambos os lados. Aqui serão, pelo visto, muitas nomeações e depois, retratações, tudo desfeito. No Brasil, alguns deslizes são vistos por alguns como normais, ou seja, normais quando cometidos por eles e aberrações quando da parte contrária. Até na vista grossa da fiscalização existem indisfarçáveis diferenças. Tem quem passe batido em muita coisa quando diz respeito a gente da sua laia, da sua linhagem e plumagem, mas se mostra por demais rigoroso quando com os diferentes da sua linha de pensamento e ação. Isso em todos os níveis. Num conluio, onde tudo e todos estão ali para viabilizar algo, tudo é permitido entre eles, mas nada para os demais, os apartados. É divertido observar a movimentação destes todos. Pegam pesado com uns e abrandam para outros. Como a bola da vez é Suéllen e os seus, ela terá que suportar a pressão, se mostrar eficiente em driblar os vigilantes olhos em cima de todos seus atos. Gente como eu, fora disso tudo, até nos divertimos com a situação, pois os vigiados de ontem são os vigiadores de hoje. E os que vigiavam ontem se fazendo de mortos em muita coisa, hoje não mais, ainda mais, porque fizeram e não foram descobertos, portanto, sabem como burlar e não permitirão que outros tenham o mesmo procedimento que tiveram. Na impossibilidade de denunciarem, instrumentalizam outros, passam dados assim como não se quer nada e este divulgam, alardeiam. O jogo é assim jogado, quem ainda não aprendeu, um dia aprende e se não aprender tem tudo para se dar mal. O importante, lema vigente é se dar bem e para tanto, existem técnicos especializados em burlar a vigilância. Tem quem pague por estes serviços, tem quem tente ele mesmo ao seu modo e jeito, tendo também os que deixam de fazer por receio de serem descobertos, daí criticam o outros, mas gostariam de ter feito até pior.

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