CONVOCAÇÃO PARA O 28º LADO B DE HOJE, DESTA FEITA COM O ATIVISTA ADHAM MARIN, ALGUÉM QUE NÃO FOGE DA LUTA
Escolher os entrevistados para o Bate Papo semanal "Lado B - A Importância dos Desimportantes" é algo arrebatador e hoje me consumindo positivamente. Com o advento da pandemia, quando muitos como eu, tivemos possibilidade de nos isolar, ficou mais difícil nos vermos pessoalmente e isolados, começaram os problemas. Para fugir do tédio, observando tantas Lives pela aí, resolvi bolar uma, mas a convidar personalidades pouco vistas na mídia massiva e ao conversar com elas, passar um bocadinho do que fazem, como fazem e fizeram. A coisa se ampliou, peguei gosto e cá estou, beirando os 30 abordados, todos dentro do que imagino constituírem-se neste lado de luta, resistência e persistência, ainda mais hoje, diante da crueldade de um regime de exceção vivido pelas hostes milicianas em conluio, praticamente isolando o resto da nação. A gente está aqui para contar histórias dos que botam a boca no trombone.
ADHAM MARIN é um destes e com orgulho o trago aqui. 25 anos bem vividos e cheios de muitas boas histórias e relatos para contar. É o que procurarei fazer, desvendar esse novelo, puxar o fio dessa história e tecer um bate papo proveitoso, pois sei, ele tem tanta coisa na cabeça, tudo ali junto, faz tanta coisa ao mesmo tempo, que as vezes até se embaralha, pois nem tudo consegue colocar em prática. Eu o chamo de "menino", jeito carinhoso diante da comparação da idade dele com a minha, mas impossível não notar que, mesmo nessa "tenra idade" (ah, pudesse voltar a ela...), já fez tanta coisa e tem tanta coisa pra contar, merecedor mesmo de tê-las registradas e espalhadas com o vento, pulverizando a mente de tanta gente que, neste momento se acha sem motivação para continuar na lida.
Ele passa essa motivação pela forma como se mostra e quando abre a boca, tudo se intensifica. É uma magnetismo lá dele e espero, que conte pra nós como consegue fazer tanta coisa ao mesmo tudo, tudo junto e também misturado. Tenho comigo que, ninguém cai nas graças de tanta gente sem conteúdo, daí ele vai ter que se explicar, dos motivos de ter encantado tanta gente, contar o segredo e para tanto, o colocarei no paredão logo mais no final da tarde.
Dele publiquei no blog Mafuá do HPA em 27.10.2015, o seguinte texto:
"ADHAM É MAIS QUE CORINGA, BATE UM BOLÃO NAS ONZE - O mundo é mesmo cruel e insano. Não existe nada mais encantador do que ver jovens sempre bem dispostos, lúcidos, prontos para aprender e também cheios de gás, entusiastas em tudo que fazem. Alguns sempre despontam mais que os demais, isso natural em tudo nessa vida. Aquela vontade interior de ser, fazer e acontecer, aliada ao saber fazer e estar nos lugares certos, adequados, torna a pessoa um ser cheio de luz mais que própria. A crueldade do mundo é quando uma dessas pessoas, uma das mais dispostas é colocada à prova, algo para fazê-la pisar no freio, mas ela não o faz. Aí é que acelera. Quando vejo esse valente e bravo guerreiro acelerando, imquebrantável disposição, percebo que tenho que acelerar também. Ele impulsiona muitos pelo caminho. Eu um deles.
ADHAM FELIPE MARIN é um meninão na flor da idade, tão jovem, tão cheio de acertadas realizações em tão poucos anos e já com algumas provações pela frente. A vida nem sempre nos é doce, mas nem por isso devemos esmorecer, entregar os pontos, abaixar a cabeça e se resignar. Esse jovem e abnegado realizador já fez quase de tudo em sua vida e mesmo assim não para de continuar fazendo. Está com o diploma de Jornalista fresquinho, um experiente foca, sempre com muita garra, essa para dar e vender. Não para de marcar presença nas mais diferentes ações sociais cidade afora. Num dia está metido debaixo de uma ponte, vendo como pode arrumar passagens para retirar mais um dos moradores da rua, no outro está distribuído brinquedos numa favela, noutro cantando no coro das missas do padre Beto e pode também muito bem estar pintado e cantando para doentes nos mais diferentes hospitais. Adham tem disposição de ferro, desses que devem quando conseguindo deitar, dormir o sono dos justos, tal a intensidade vibratória com que atravessa os dias. Não o convidem para mais nada, por favor, pois ele não sabe dizer não e vai e vai, sai de um lugar e já aporta em outro. Num tratamento de saúde perdeu os cabelos, mas isso não é motivo para vê-lo escondido, muito pelo contrário, ele agora parece botar mais e mais o bloco na rua. Sua vida não é nada rotineira, cheia de boas atribulações, dessas que recarregam a existência humana. Para os que se cansam só de vê-lo em ação, ele continua pela aí, fazendo e acontecendo, sapeca, arteiro, atrevido, audaz, lépido e fagueiro. Ele é tudo isso e muito mais, ou seja, definições não lhe grudam assim tão facilmente, pois se hoje é uma coisa, amanhã certamente é outra. E sempre do lado do bem. Danado".
Dos posicionamentos dele publicado nas redes sociais:
ADHAM FELIPE MARIN é um meninão na flor da idade, tão jovem, tão cheio de acertadas realizações em tão poucos anos e já com algumas provações pela frente. A vida nem sempre nos é doce, mas nem por isso devemos esmorecer, entregar os pontos, abaixar a cabeça e se resignar. Esse jovem e abnegado realizador já fez quase de tudo em sua vida e mesmo assim não para de continuar fazendo. Está com o diploma de Jornalista fresquinho, um experiente foca, sempre com muita garra, essa para dar e vender. Não para de marcar presença nas mais diferentes ações sociais cidade afora. Num dia está metido debaixo de uma ponte, vendo como pode arrumar passagens para retirar mais um dos moradores da rua, no outro está distribuído brinquedos numa favela, noutro cantando no coro das missas do padre Beto e pode também muito bem estar pintado e cantando para doentes nos mais diferentes hospitais. Adham tem disposição de ferro, desses que devem quando conseguindo deitar, dormir o sono dos justos, tal a intensidade vibratória com que atravessa os dias. Não o convidem para mais nada, por favor, pois ele não sabe dizer não e vai e vai, sai de um lugar e já aporta em outro. Num tratamento de saúde perdeu os cabelos, mas isso não é motivo para vê-lo escondido, muito pelo contrário, ele agora parece botar mais e mais o bloco na rua. Sua vida não é nada rotineira, cheia de boas atribulações, dessas que recarregam a existência humana. Para os que se cansam só de vê-lo em ação, ele continua pela aí, fazendo e acontecendo, sapeca, arteiro, atrevido, audaz, lépido e fagueiro. Ele é tudo isso e muito mais, ou seja, definições não lhe grudam assim tão facilmente, pois se hoje é uma coisa, amanhã certamente é outra. E sempre do lado do bem. Danado".
Dos posicionamentos dele publicado nas redes sociais:
- Em 16.02.2016: "Não gosto dessa história da grande imprensa penalizar Lula por ter um apartamento no Guarujá e uma canoa de lata. Detesto essa patrulha chata e demagógica que os guardiões da moral fazem em torno da aquisição de qualquer bem de consumo por quem veio de estratos mais pobres da sociedade. É uma patrulha ideológica e com definidores de dominação cultural muito bem marcados: pobre não pode ter TV de 42 polegadas, mas é emocionante quando tem uma biblioteca de mil volumes - e, aqui, não canto um Ode à ignorância, não, mas à liberdade de cada um ter o que puder pagar e se entreter como achar que deve; é proibido o triplex no Guarujá, talvez se fosse em Praia Grande... Mas também me incomoda a maneira como alguns colegas da esquerda se referem ao jornalismo, aos jornalistas e à prática jornalística, culpando os operadores do sistema - e não o sistema -, pelas incongruências geradas pelo desvio dos princípios. Não vejo ninguém culpando os professores pelo drama da educação, seja em que nível for; nem quem culpe os garis pela deficiência na coleta de resíduos das cidades. Ninguém culpa os advogados pela lentidão da (in)justiça brasileira e nem os engenheiros pela péssima condição das moradias populares no país. A comunicação sempre carregou consigo títulos que não mereceu, um dia, salvaria o mundo das mazelas da ignorância, hoje, é ela quem promove a ignorância. Nem um, nem outro. Os mecanismos de mediação da comunicação - ou mídia -, são, como todo processo em que há uso da língua, estruturantes na significação e, por si, ideológicos. A sociedade de hoje não tem mais espaço pra discussões que coloquem o jornalismo como possuidor da verdade absoluta, nem como o observador imparcial da realidade. Gatekeeper tem que ficar de lado nessas horas e diluir as perspectivas generalizantes que culpam uma classe cujo piso salarial é de 1200 reais pelos simulacros financeiramente firmados entre empresas (de mídia) e Estado ou pessoas "de Estado".
- Em 28.04.2020: "Jovem de 27 anos é o primeiro caso de SRAG (provável COVID) a usar a câmara fria do cemitério do Redentor. Vinte e sete anos! Dois a mais do que eu! Vamos abrir o comércio? Vamos isolar apenas idosos? Que fique claro que não deixo de me solidarizar com a aflição de quem precisa manter seu pequeno negócio, honrar seus compromissos e pagar seus funcionários, mas o auxílio financeiro para o pequeno empreendedor tem que vir do governo federal nesse momento de economia crítica. É essa a única verticalização possível, não dá quarentena, como pedem alguns “pseudo-empresários”. Quarentena vertical como? Os patrões em cima e a gente embaixo? Só se for.”.
- Em 28.04.2020: "Jovem de 27 anos é o primeiro caso de SRAG (provável COVID) a usar a câmara fria do cemitério do Redentor. Vinte e sete anos! Dois a mais do que eu! Vamos abrir o comércio? Vamos isolar apenas idosos? Que fique claro que não deixo de me solidarizar com a aflição de quem precisa manter seu pequeno negócio, honrar seus compromissos e pagar seus funcionários, mas o auxílio financeiro para o pequeno empreendedor tem que vir do governo federal nesse momento de economia crítica. É essa a única verticalização possível, não dá quarentena, como pedem alguns “pseudo-empresários”. Quarentena vertical como? Os patrões em cima e a gente embaixo? Só se for.”.
EIS OS LINKS DAS DUAS PARTES DA GRAVAÇÃO
EXPLICAÇÃO: Hoje, dois problemas técnicos, que não tiraram o brilhantismo do bate papo. No primeiro uma interrupção causada por uma pane em meu computador. Tive que interromper a conversa, sem conseguir retomá-la pelo mesmo link. No segundo, quase ao final, a internet da região da casa do Adham, ruim, como ele mesmo afirma, cai algumas vezes, justamente quando estávamos finalizando a conversa, no candente tema do que o levou a estudar na Argentina.
OBSERVAÇÃO FINAL DESTE HPA - Adham sabe muito o que quer, como quer e não deixa as oportunidades passarem, sem que delas se aproveite. Como disse, após ter se livrado de uma doença, na qual fez até quimioterapia, "não perco mais as oportunidades da vida, pois não sei quanto mais tempo tenho de vida". E daí por diante, faz de tudo e mais um pouco. Ótimo, mas não se rende. Num certo momento digo a ele sobre o fato de ter atuado na última administração municipal, governo Gazzetta, ele de esquerda e lá a direita tucana. Sua resposta: "Atuei como jornalista, cumpri meu papel e quem me contrata sabe de antemão que, não mudo meu posicionamento, só o que sou. Fiz o meu serviço e continuei sendo o que sempre fui, sem me vergar". Por causa disto, Adham compra brigas, colhe muitas amizades por onde passa e também inimizades. Um ser social, envolvido numa infinidade de atividades sociais, como a da criação de um Cursinho Gratuito, funcionando por três anos, numa sala cedida pelo Museu Ferroviário, e ali junto de outros professores, atendendo salas sempre cheias de estudantes, todos provenientes da periferia. Diz ter sido uma das passagens mais significativas de sua vida. Fala também de política e de como se posicionou até agora. Da Argentina, para onde está prestes a viajar (viagem marcada para dia 19 e talvez adiada pelo fechamento das fronteiras), diz algo do sistema de vestibular, o de lá bastando se inscrever, sendo o que fez, vendeu carro, juntou economias e vai cursar Medicina, algo como um dia o fez Che Guevara. Diz algo dos mais interessantes da Medicina como é encarada pelos argentinos: "Lá o médico é somente mais uma profissão e não são encarados como deuses, como o são aqui". Isso por si só é muito profundo. Enfim, uma conversa agradável, reveladora e também inspiradora. Adham faz e acontece, assim continuará sua vida, movida pela emoção de alguém que não veio ao mundo para ser gado, dizer amém ou seguir rotina normal de vida. Foi muito bom.
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