* Hoje, confesso, não sentei para escrevinhar nada diante da telinha do computador, daí, nada melhor que reproduzir algo aqui com a intenção de provocar alguma boa discussão...
A ESQUERDA ESTÁ MORTA! VIVA A ESQUERDA!, POR EMIR SADER
Uma análise que não consegue capturar onde está a esquerda e onde está a direita não está em condições de compreender o Brasil.
Afinal, qual é a linha divisória, para entender onde estão a esquerda e a direita. Quais são os critérios para definir os dois campos?
O atual período histórico é marcado pela adoção, pelo capitalismo, do modelo neoliberal. A direita assumiu o seu modelo atual, é uma força neoliberal, que centra a sua ação contra o Estado, pela desregulamentação econômica, pelo livre comércio. Ser de direita hoje significa abraçar o neoliberalismo.
Nesse sentido, onde está a direita, onde está a esquerda? Uma forca, um governo de direita, é uma forca e um governo neoliberal. Uma força e um governo de esquerda, por sua vez, são uma força e um governo antineoliberal.
Absurdo de quem pratica demagogia na mídia, questionando até se o atual governo brasileiro é de esquerda. Ou, se a esquerda tivesse morrido, o governo Lula e o PT não seriam mais de esquerda.
Se assim fosse, não conseguiriam distinguir entre os governos do PT e os governos do PSDB e, agora, os governos de extrema-direita de Bolsonaro. Eles perderam a capacidade de diferenciar direita e esquerda.
Os governos neoliberais são caracterizados pela privatização generalizada de empresas. Opõem-se diretamente ao Estado, definindo-o mesmo como seu inimigo central. Eles promovem acordos de livre comércio com os Estados Unidos.
Para quem perdeu a perspectiva, os governos e as forças antineoliberais priorizam as políticas sociais, promovem o fortalecimento do Estado e dos processos de integração, tanto regionais como Sul-Sul.
Em resumo, o confronto entre o neoliberalismo e o antineoliberalismo caracteriza o nosso período político. Há detalhes, aspectos parciais, mas nada muda esse confronto central.
O governo Lula é um governo antineoliberal. Com a dificuldade de ter sido eleito sem maioria no Congresso e herdando um presidente neoliberal do Banco Central, indicado por Bolsonaro.
Isso diferencia o terceiro mandato de Lula dos demais. As alianças são essenciais para podermos conviver com um Congresso onde não há maioria. Ele tem que viver, pelo menos durante metade do seu mandato, com taxas de juros extremamente altas.
Mas isso não significa que o seu mandato deva ser descaracterizado como sendo frontalmente antineoliberal e de esquerda. Quem perde essa perspectiva perde a capacidade de compreender o Brasil contemporâneo.
Nem mesmo a direita pensa que a esquerda está morta. Ao contrário. Acusam a esquerda de ter dominado o Brasil e querer sempre mais.
Então de onde vêm os artigos na Internet que dizem “a esquerda está morta”? O tema que não me interessa, porque não me ajuda a entender o Brasil de hoje, nem a entender a própria esquerda.
Quem preside o Brasil hoje, com as alianças essenciais por não ter maioria? Onde está a esquerda? Está à direita?
Uma análise que não consegue capturar onde está a esquerda e onde está a direita não está em condições de compreender o Brasil.
Afinal, qual é a linha divisória, para entender onde estão a esquerda e a direita. Quais são os critérios para definir os dois campos?
O atual período histórico é marcado pela adoção, pelo capitalismo, do modelo neoliberal. A direita assumiu o seu modelo atual, é uma força neoliberal, que centra a sua ação contra o Estado, pela desregulamentação econômica, pelo livre comércio. Ser de direita hoje significa abraçar o neoliberalismo.
Nesse sentido, onde está a direita, onde está a esquerda? Uma forca, um governo de direita, é uma forca e um governo neoliberal. Uma força e um governo de esquerda, por sua vez, são uma força e um governo antineoliberal.
Absurdo de quem pratica demagogia na mídia, questionando até se o atual governo brasileiro é de esquerda. Ou, se a esquerda tivesse morrido, o governo Lula e o PT não seriam mais de esquerda.
Se assim fosse, não conseguiriam distinguir entre os governos do PT e os governos do PSDB e, agora, os governos de extrema-direita de Bolsonaro. Eles perderam a capacidade de diferenciar direita e esquerda.
Os governos neoliberais são caracterizados pela privatização generalizada de empresas. Opõem-se diretamente ao Estado, definindo-o mesmo como seu inimigo central. Eles promovem acordos de livre comércio com os Estados Unidos.
Para quem perdeu a perspectiva, os governos e as forças antineoliberais priorizam as políticas sociais, promovem o fortalecimento do Estado e dos processos de integração, tanto regionais como Sul-Sul.
Em resumo, o confronto entre o neoliberalismo e o antineoliberalismo caracteriza o nosso período político. Há detalhes, aspectos parciais, mas nada muda esse confronto central.
O governo Lula é um governo antineoliberal. Com a dificuldade de ter sido eleito sem maioria no Congresso e herdando um presidente neoliberal do Banco Central, indicado por Bolsonaro.
Isso diferencia o terceiro mandato de Lula dos demais. As alianças são essenciais para podermos conviver com um Congresso onde não há maioria. Ele tem que viver, pelo menos durante metade do seu mandato, com taxas de juros extremamente altas.
Mas isso não significa que o seu mandato deva ser descaracterizado como sendo frontalmente antineoliberal e de esquerda. Quem perde essa perspectiva perde a capacidade de compreender o Brasil contemporâneo.
Nem mesmo a direita pensa que a esquerda está morta. Ao contrário. Acusam a esquerda de ter dominado o Brasil e querer sempre mais.
Então de onde vêm os artigos na Internet que dizem “a esquerda está morta”? O tema que não me interessa, porque não me ajuda a entender o Brasil de hoje, nem a entender a própria esquerda.
Quem preside o Brasil hoje, com as alianças essenciais por não ter maioria? Onde está a esquerda? Está à direita?
(Artigo originalmente publicado no diário argentino Página 12, MArço 2024).
E MAIS ISSO, POSTADO AGORINHA MESMO E JÁ COMPARTILHADO POR MIM
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